segunda-feira, 29 de março de 2010

Armando Nogueira

Reflexo de mim

Certo dia, um rapaz desiludido resolveu seguir o
exemplo dos "contos da infância".


Colocou-se frente ao seu espelho e perguntou:

Querido espelho, olhe para mim e me diga:
Existe alguém mais infeliz do que eu?

Com certeza, respondeu o espelho, existe alguém mais
triste que tu neste momento.
E este alguém sou eu.



O rapaz olhou espantado.
Não esperava que um espelho falasse, e ainda contra ele.


Mas o espelho prosseguiu:

Tu não imaginas a dor que eu sinto ao ver, no meu
reflexo, uma pessoa que deixou seus problemas tomarem
conta de sua vida, que não tem mais vontade de lutar e
principalmente que não consegue ver dentro de si as
suas qualidades suas capacidades, seu talento.

Queria que estivesse no meu lugar pra ver.

Tu és uma pessoa tão inteligente, que fala para todos
que tem um Deus, e tantas vezes falou do amor de Deus,
agora se mostra tão derrotado.
Deus é tão pequeno assim em tua vida para que tu te
sintas tão inferior assim?


É pena que tu não vejas através de mim toda a tua
facilidade em lidar com as pessoas, o quanto é
expressiva a tua voz e tua palavra, quanto teu coração
é forte, e o quanto as pessoas te amam.
Olhe para ti!
Levanta essa cabeça, pois dificuldades todos temos,
assim como todos guardam dentro de si algo especial
para dar, a capacidade de tornar a própria vida
prazerosa.

Quantas são as pessoas que gostariam de ser como tu
és: saudável, inteligente e com toda a vida pela
frente! E, no entanto, muitas delas são felizes e
agradecem a Deus pelas suas vidas!
Use a tua sensibilidade ela é essencial para a vida.
Motive-se: ao acordar pela manhã, pense algo do tipo:
"hoje meu dia será produtivo, alegre e cheio de vida,
pois tenho Deus comigo.".
Faça isso com amor no coração e concentre em teus
objetivos.
De hoje em diante, quero ver outra imagem refletida
em mim.
Uma imagem de alegria interior.




Quando um homem abaixa a cabeça e diz:

Perdi a esperança...


Deus também abaixa a cabeça e diz:

Perdi um homem...
Armando Nogueira

O Valor da Amizade

Você já parou para pensar sobre o valor da amizade?

Às vezes nos encontramos preocupados, ansiosos,
em volta há situações complicadas, nos sentindo meio que perdidos, mas somente o fato de conversarmos com um amigo, desabafando o que nos está no íntimo, já nos sentimos melhor, mesmo que as coisas permaneçam inalteradas.

Quantas vezes são os amigos que nos fazem sorrir quando tínhamos vontade de chorar, mas a sua simples presença traz de volta o sol a brilhar em nossa vida.

A simplicidade das brincadeiras pueris, da conversa informal,
momentos de descontração que muitas vezes pode ser numa conversa rápida ao telefone, no vai e vem do dia ou da noite,
no ambiente de trabalho ou de escola, enfim, em qualquer lugar a qualquer hora.

Entretanto, não existe só alegria, amor, felicidade nesta relação que como em qualquer outro relacionamento,
passa por crises passageiras, por momentos intempestivos, abalos ocasionais.

Ainda que tenhamos muito carinho pelo amigo em questão,
às vezes por insegurança, por ciúme, por estarmos emocionalmente alterados ou nos sentindo pressionados,
acabamos sendo injustos com ele e isso pode ser recíproco.

Podemos comparar esse elo de amizade ao tempo que passa por alterações climáticas constantemente, mas é dessa forma que aprendemos a nos conhecer, compartilhar momentos, que se desenvolve uma amizade.

Diante do amigo somos nós mesmos, deixamos vir à tona nossos pensamentos a respeito das coisas, da vida, nos mostramos como verdadeiramente somos.

Há amigos que nos ensinam muito, nos fazem enxergar situações que às vezes não percebemos o seu real sentido,
compartilham a sua experiência conosco, nos falam usando da verdade que buscamos encontrar.

São eles também que nos chamam a razão, chamando a nossa atenção quando agimos de modo contraditório, que nos dizem coisas que não queremos ouvir, aceitar, compreender.

Ao longo de nossa vida muitos amigos passam por ela e nos deixam saudade, mas também deixam a recordação de tudo que foi vivido.

É na amizade verdadeira que encontramos sinceridade, lealdade, afinidade, cumplicidade, simplicidade, fraternidade.

Amigos são irmãos que a vida nos deu para caminhar conosco ao longo da nossa jornada espiritual, extrapolando os limites do tempo, continuando quando e onde Deus assim o permitir.

domingo, 21 de março de 2010


Você é prolixo ou lacônico?

Rosana Braga
......Poderia perfeitamente usar as expressões “fala demais” ou “fala de menos”, ao invés de prolixo ou lacônico. Mas quis usar palavras menos corriqueiras para instigá-lo a prestar mais atenção nas possibilidades. Ou melhor, quis que você se questionasse sobre como tem sido a sua comunicação, principalmente no seu relacionamento.
......Quem não fala, não ocupa seu lugar na relação e não dá ao outro a chance de conhecê-lo. E quem fala demais, corre o risco de ser chato e cansativo. De uma forma ou de outra, o que acontece, na maioria das vezes, é que o parceiro perde o interesse em estabelecer o diálogo, porque sabe que ou o outro não vai se expor, não vai falar o que pensa e quer ou vai falar demais, ser repetitivo, detalhista, redundante e confuso.
......E você poderia pensar: “mas o outro deveria gostar de mim do jeito que eu sou”. É verdade, você tem razão. Entretanto, se o intuito é evoluir e facilitar o exercício do amor, por que não nos esforçarmos para melhorar e tornar mais interessante a nossa relação?
......Tenho notado que as relações mais duradouras, que já ultrapassaram a fase da paixão, da idealização e ganharam em responsabilidades, rotina e compromissos familiares, perdem facilmente a capacidade de entendimento através do diálogo, da comunicação.
......Os casais reclamam um do outro, alegando falta de compreensão, decepção em relação às atitudes dele, enfim, comportamentos que mais revelam uma completa falta de verbalização adequada do que um problema realmente sério e difícil de ser solucionado.
......Mas não estou me referindo ao simples ato de engolir as palavras do outro como flechas ou abrir a boca e disparar acusações indiscriminadamente. Estou me referindo, antes, ao desejo de entender o outro, a intenção comprometida e respeitosa de ouvi-lo, de tentar absorver os sentimentos impressos em suas palavras, da compaixão de conseguir se colocar no lugar dele e interpretar carinhosamente (ou ao menos amigavelmente) o que ele está dizendo.
......Por outro lado, também me refiro à decisão madura e pacífica de falar considerando o outro. Porque o que vejo são casais carregando suas frases de críticas, acusações, defesas e justificativas contaminadas, enfim, uma comunicação completamente distorcida e pesada, que agride até quem está de fora, ouvindo por acaso, sem fazer parte da situação.
......Claro que os dois sempre acreditam que têm razão, que são os incompreendidos. No entanto, alguém tem que parar esta roda envenenada e destruidora de amores para reverter a situação e estabelecer uma nova dinâmica, um novo jeito de dialogar adequadamente.
......É fácil? Claro que não, ainda mais quando os dois já estão cansados do “fala demais” ou “fala de menos” de cada um. O que fala demais tem a constante sensação de não estar sendo ouvido, e o que fala de menos tem a constante impressão de não agüentar mais ouvir e sente-se cada vez menos motivado a falar por não encontrar espaço ou não acreditar na possibilidade de obter resultados através das intermináveis e cansativas conversas.
......Observe se a palavra ou a ressonância interna mais aplicada na sua comunicação com seu parceiro é o “não”, a negação, o negativo. Tem casais que nem escutam o que o outro quer dizer, a opinião ou explicação de algo. Simplesmente iniciam suas réplicas com um imperativo “não”, invalidando qualquer tentativa do outro de se justificar ou se colocar na situação.
......Sugiro que você comece, que você dê o primeiro passo neste novo jeito de funcionar. Antes de qualquer coisa, reconheça-se: você é prolixo (fala demais) ou lacônico (fala de menos)? A partir de então, perdoe o outro por ser “isso” ou “aquilo”. Perdoe, inclusive, a si mesmo e seja humilde a ponto de se colocar no lugar de aprendiz.
......Obviamente, o ideal é que haja equilíbrio. Não é porque você descobriu que falava demais que vai agora parar de falar. Ou então, não é porque falava de menos que vai desembestar a falar sem parar. O ritmo mais adequado é aquele em que os dois conseguem falar, um de cada vez e, principalmente, que enquanto um fale, o outro interessadamente escute, respeite e considere a verdade e o sentimento confidenciados em cada palavra. Depois, absorvidos de si mesmos e do outro, que possam realmente se comprometer com a mudança, com o desejo de conquistarem-se e agradarem-se, importando-se com a felicidade mútua e o amor verdadeiramente compartilhado...