domingo, 16 de dezembro de 2007

Chilique e mulher, tudo a ver

chilique e mulher, tudo a ver
Assim como pomba arrulha e gato mia, mulher chilica. É natural, intrínseco. Sei lá se são os hormônios ou se a culpa é toda da vaca da Eva, mas o fato é um só: você terá que lidar com chiliques femininos durante toda sua existência como humano (não sei ao certo se pombas e gatas também chilicam). Por isso pense mil e quinhentas vezes antes de mandá-la pastar— é a mesma coisa que ficar possesso por um pato nadar. E isso não é uma desculpa para os ataques dignos de rotweiller com fome que as mocinhas têm quando menos se espera; é uma constatação para tornar a vida mais fácil. A sua e a nossa.
Feito o Big Bang, o faniquito transforma a matéria calma, aparentemente inerte, no maior estrondo do universo. A diferença é que nenhuma vida é criada. E a sua sempre corre perigo. Mas será que ele vem do nada? Errado! Essa balela é coisa criada por homem.Homens são toscos demais para notar as sutilezas do nascimento de um chilique (sim, sempre há uma razão para eles). Pode ter sido o jeito rude que você reagiu quando ela o olhou o menu e não achou nada com menos de 4 mil calorias: "Você está de dieta, querida, não o mundo". Pode ter sido aquela "coisinha à toa" do dia em que ela estava de cama uivando de dor nas costas, vivendo horas felizes e inesquecíveis à base de bolsa de água quente e relaxantes musculares em doses industriais e você, bocó, não desmarcou o chopinho com os amigos. E voltou à uma da manhã, bêbado, tentando se justificar "Mas fofa, você tava dormindo, ic". O faniquito pode nascer de um olhar desviado, da falta de atenção nas palavras dela, de um cílio caído na hora errada, não interessa: ela sabe muito bem (e sente muito bem) a razão daquela explosão. E é bom você ir aprendendo.Antes de sair andando e deixar a moça sozinha a espernear, tente entender o motivo daquela cena medonha (mulheres chilicadas jamais são bonitinhas). Mesmo que você não encontre vestígio de razão para tal ataque, procure. Dê uma rewind na sua memória recente e detecte meia dúzia de coisas que ela pode ter achado suficientemente más para queimá-lo vivo. Afaste as facas, tesouras e qualquer objeto cortante e vá se desculpando de uma por uma, sem parar, sem tomar ar, sem dar chance dela retrucar com gritos, cinismo ou, a pior das armas, lágrimas grossas e pesadas. Não deixe a bola cair e verá que em instantes sua sincera (uma ova, mas não importa) tentativa de redimir-se causará o apaziguamento da alma daquela mulher à sua frente. E, claro, um bálsamo para seus ouvidos. Ela ficará linda, aninhada em seus braços, ainda teimando que tem razão, mas touro laçado.

Feito o Big Bang, o faniquito transforma a matéria calma, aparentemente inerte, no maior estrondo do universo. A diferença é que nenhuma vida é criada. E a sua sempre corre perigo. Mas será que ele vem do nada? Errado! Essa balela é coisa criada por homem.
Homens são toscos demais para notar as sutilezas do nascimento de um chilique (sim, sempre há uma razão para eles). Pode ter sido o jeito rude que você reagiu quando ela o olhou o menu e não achou nada com menos de 4 mil calorias: "Você está de dieta, querida, não o mundo". Pode ter sido aquela "coisinha à toa" do dia em que ela estava de cama uivando de dor nas costas, vivendo horas felizes e inesquecíveis à base de bolsa de água quente e relaxantes musculares em doses industriais e você, bocó, não desmarcou o chopinho com os amigos. E voltou à uma da manhã, bêbado, tentando se justificar "Mas fofa, você tava dormindo, ic". O faniquito pode nascer de um olhar desviado, da falta de atenção nas palavras dela, de um cílio caído na hora errada, não interessa: ela sabe muito bem (e sente muito bem) a razão daquela explosão. E é bom você ir aprendendo.
Antes de sair andando e deixar a moça sozinha a espernear, tente entender o motivo daquela cena medonha (mulheres chilicadas jamais são bonitinhas). Mesmo que você não encontre vestígio de razão para tal ataque, procure. Dê uma rewind na sua memória recente e detecte meia dúzia de coisas que ela pode ter achado suficientemente más para queimá-lo vivo. Afaste as facas, tesouras e qualquer objeto cortante e vá se desculpando de uma por uma, sem parar, sem tomar ar, sem dar chance dela retrucar com gritos, cinismo ou, a pior das armas, lágrimas grossas e pesadas. Não deixe a bola cair e verá que em instantes sua sincera (uma ova, mas não importa) tentativa de redimir-se causará o apaziguamento da alma daquela mulher à sua frente. E, claro, um bálsamo para seus ouvidos. Ela ficará linda, aninhada em seus braços, ainda teimando que tem razão, mas touro laçado.
Use esse artifício uma vez, duas no máximo: todas nós merecemos uma boa e generosa dose de compreensão. Não questione isso, apenas aceite e cale a boca se não quiser começar a briga de novo. Mas se ela chilicar mais do que três ou quatro vezes num período de tempo inferior a três ou quatro TPM´s, a sua princesinha está precisando não é de compreensão, é de camisa-de-força, mesmo: ninguém tem direito de ser tão chato. Nem mesmo uma mulher.Sempre desconfiei que eles sabem sim pq. chilicamos, mas por um segredo de maçon, preferem nos fazer acreditar que nem fazem idéis do que está contecendo, o pior é aquela cara de meusdeusdoceu,oquefoiqueeufiz. rs Bjo querida, tá uma delícia este cantinho, se quiser, será um prazer recebe-la no meu, mas cuidado: Adulto, sensual e fetichista. Carinho, Uma pesquisa com mulheres criminosas. Não as traficantes, ladras, sequestradoras ou sociopatas em geral mas aquelas que mataram alguém. Aposto alto que o crime foi cometido durante a TPM! Mulheres geram vida, não o contrário. Mulheres nunca cometeriam um crime de morte se estiverem com os níveis hormonais equilibrados. Compreendem e perdoam quase tudo. Se fazem de cegas, surdas - mudas, nao, né? Seria exagero! - passam batido por muita coisa mas durante a TPM... sem chance! Os sapos engolidos vão se acumulando sem a digestão devida e uma hora o bolo explode, tem de sair. Permaneça na luz. Sempre!

Use esse artifício uma vez, duas no máximo: todas nós merecemos uma boa e generosa dose de compreensão. Não questione isso, apenas aceite e cale a boca se não quiser começar a briga de novo. Mas se ela chilicar mais do que três ou quatro vezes num período de tempo inferior a três ou quatro TPM´s, a sua princesinha está precisando não é de compreensão, é de camisa-de-força, mesmo: ninguém tem direito de ser tão chato. Nem mesmo uma mulher.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007


Repolhos recíprocos


Já coloquei aqui sobre o repolhinho – aquela figura levemente carente, da qual o pólo mais forte de um relacionamento sem compromisso se aproveita quando quer. É aquele sujeito que recebe uma ligação às 2h “daquela” pessoa e não consegue resistir. Acaba se encontrando onde essa pessoa quer, na hora que ela quer, quando ela quer. Uma repolhice total.Pois existe um relacionamento, um tanto raro de acontecer, que é a repolhice recíproca. É aquela pessoa com quem você tem uma relação tão aberta, tão descompromissada e tão gostosa que você não tem nenhum pudor de ligar pra ela às 2h da manhã de terça e perguntar: “Onde você tá? Tô morrendo de vontade de beijar você!”. A pessoa, de forma bastante natural, vira-se para você e diz: “Passa aqui”. Você vai, vocês se pegam (em alguns casos, fazem sexo-louco-estilo-africano), conversam sobre todos os assuntos possíveis (a mulher que você tá afim, o homem que ela tá afim, trabalho, ex-namorados e ex-namoradas, política, economia, o preço do leite e a merda do Parreira que convoca o debilóide Cris).Para esse relacionamento dar certo, é fundamental não haver envolvimento de nenhuma das partes. Normalmente, a repolhice recíproca existe entre ex-namorados bem resolvidos; entre pessoas muito amigas que, certo dia, envenenados por altíssimo teor alcoólico, se pegaram e desde então saciam a carência mútua; ou entre pessoas que tinham a relação pólo-mais-forte-e-repolhinho e esse ser mais frágil conseguiu esquecer a pessoa e encarar o lance numa boa. Raríssimas são as vezes em que tal relacionamento evolui para algo mais sério. Mas muitas vezes uma das partes não agüenta o tranco, se apaixona e tudo desanda porque o outro pode estar só curtindo o momento.Se a repolhice recíproca atinge níveis profissionais, algumas coisas inerentes a um casal são dispensadas e o relacionamento torna-se algo inacreditável. O cara não precisa ligar pra ela no dia seguinte (e ela não se sente usada), a mulher pode falar do ex-namorado (ou até, quem sabe, do atual namorado que não dá mais no coro), os dois podem fazer ligações na madrugada, bêbados, falar um monte de bobagens, fazer declarações de amor um para o outro que nada vai mudar.Curiosamente, esse repolho recíproco vira uma válvula de escape para ambas as partes. Vejamos os exemplos de utilidade pública da repolhice recíproca:

H.o.m.e.n.s

1 - Terminou com a namorada, tá carente, não faz idéia pra onde ir ou o que fazer? Ligue pra repolha recíproca. Você terá o maior carinho do mundo e de repente nem precisa rolar pegação, se você não estiver no clima. Ou, ainda melhor, vai rolar uma pegação sensacional que te deixará fortalecido para enfrentar os próximos dias!2 - Foi pra night, tomou todas, chegou em diversas mulheres interessantes e levou igual número de tocos. Não satisfeito, apelou às mukissas e não conseguiu marcar gol nenhum (afinal, feio é não fazer gol). Desepero. Pânico. Amigo, essa é a hora de ligar pra ela: a repolha recíproca. “Oi, gatinha! Cadê você? Tô numa merda de festa aqui no Lago Norte e...”. Se a moça não estiver dormindo ou com outro cara, fatalmente ela aceitará um encontro
delicioso na calada da noite. O inesperado excita os repolhos recíprocos.

M.u.l.h.e.r.e.s

1 - Você está solteira, só arruma cachorro, pensa em desisitir da vida mundana e se entregar a Deus. A falta de uma belíssima noite de amor tá te fazendo arranhar azuleijos? Nada como um repolho recíproco para fazer aquela ligação:
“Oi, lindinho, como você vai? Tá tão sumido...” É a senha. O cara fatalmente estará a postos em menos de 48 horas (uma grande amiga batiza os repolhos recíprocos de PA – pinto amigo).2 - Você está insegura, arrasada porque acabou de sair de uma negociação com o ex-namorado: ele entrou com o pé e você entrou com a bunda. Sente-se frágil, com aquele vazio de quem perdeu um amor importante. Chega na boate, leva um belo susto do filho da puta do ex. Ele está no meio da pista de dança no maior bate-coxa com uma sirigaita. “E ela é mais feita do que eu! Você viu o cabelo dela, meu Deus! Aquilo é óleo puro!!”. Você olha para o lado e... pimba! Lá está seu repolho recíproco. Você chega perto dele, o puxa pro canto e determina: “Me beija a-go-ra! O fulano tá ali beijando uma sirigaita!!!”. Pra quem mais você poderia fazer esse pedido, sem problema algum, sem estresse, sem parecer uma vadia, sem ser com um sujeito que vai se aproveitar de você? O repolho recíproco! Dez minutos depois, vocês terão saído da boate e você vai chorar suas lágrimas no colo dele. Uma maravilha!Gostaria de render minhas homenagens à essa categoria de relacionamento. Não machuca ninguém, não ofende ninguém, ajuda a melhorar a auto-estima de si e do próximo, desestressa, facilita a vida das pessoas e, se feito com o cuidado necessário para não se apaixonar, só ajuda!

sábado, 27 de outubro de 2007

Tá na hora de dar tchau!



Tá na hora de dar tchau!
Um dia houve algo forte entre vocês, algo como um amor que parecia eterno, um relacionamento cheio de esperanças.
Mas tudo acabou...
Só que você não deixou acabar. Não, movida por milhões de incertezas, raiva, insegurança - ou até mesmo amor -, você se recusou a aceitar a separação. E sua vida acabou virando um inferno!!
E por que você acabou entrando nesta cirânda maluca, correndo atrás de alguém que não te quer? E está fazendo isto em troca do que? Em troca de dor e desprezo, é isso!?
Entenda que aquele homem que um dia te amou, não te ama mais!
E mesmo que diga que sente "algo" por você, isto não é amor! Sim, porque quem ama quer ficar junto, quer dividir os momentos, sejam eles bons ou ruins. Quem ama não arruma motivos para ficar longe e nem sente "algo"!!!!
E tem mais: dizer que não sabe o que sente por você é uma tremenda mentira!!! O amor é algo tão forte que não dá para alguém não saber se ama ou não, caramba!!!
E é por este motivo, por causa deste joguinho de macho vira-latas, que você se sente tão perdida, tão presa a uma situação, porque ele te mantém presa pela indecisão!
Saiba dizer adeus. Por mais que a dor seja tão grande, que ache que o chão lhe falta sob os pés, é importante romper os laços que os une!
E quando ele fica com outra mulher, não dá um aperto no peito, uma sensação de traição,que machuca tanto quanto se ainda estivessem juntos? E como é difícil aceitar quando ele desvia o olhar quando está ao lado dela, não é mesmo? Neste momento você se sente tão fora da vida dele que as lágrimas chegam a doer quando caem...
Da mesma maneira que doem quando você tem que aceitar que não pode mais ligar para a casa dele quando quiser...beija-lo quando tiver vontade.
Mas você tem que aceitar a escolha que ele fez! Sim, querer lutar contra isto é pedir para sofrer mais. Se ele resolveu ficar com outra mulher não adianta odia-la e nem procurar motivos para esta escolha, basta entender que acabou!
Você não é um produto, não é um bicho que pode ser trocado, você é uma mulher. Então, porque não passa a agir como gente de verdade e termina logo com esta ladainha de ficar arrumando motivos para encucação, tentando descobrir o que fez de errado para ser "dispensada", " trocada" ou "abandonada"?
Larga! Deixa este homem livre e vai viver sua vida.
Pare um pouco, reflita sobre o que tem feito nos ultimos dias e veja se é isto que quer para sua vida! Você quer sofrer por um homem que está com outra? Quer passar as noites em branco, mentindo para si mesma que ainda existe amor entre vocês?
Mas que amor é este, onde o outro não quer ficar ao seu lado? Que merda de amor é este em que você precisa correr atrás dele, implorando um momento de atenção?
Oh, mulher, será que eu vou ter que repetir pela milionésima vêz que"QUEM TE AMA NÃO QUER FUGIR DE VOCÊ" ????
Não importam quais são os seu motivos, se está doendo, então você está agindo errado!
Ser a amante do seu ex é a pior coisa que pode escolher em troca de alguns momentos ao lado dele!
O sexo, por melhor que seja, não se compara a dor da separação!
E, se uma separação já é dolorida, o que dizer de dezenas e centenas de vezes, em que se despediram depois do sexo, indo cada um para seu canto, iguais dois desconhecidos?
Quando você resolve correr atrás de quem não te quer maisa primeira coisa que perde é a auto-estima.
Acreditar que abrindo mão de certas coisas será capaz de traze-lo de volta, é a pior espécie de barganha, porque você se entrega de corpo e alma, mas só recebe porradas em troca!
Mas quem dá estas porradas na sua cara não é ele, não! Por mais que ele te mande pra a casa do chapeu, te use para fazer sexo e te dê um pé na bunda no fim da noite, VOCÊ é quem está se sacaneando!
Claro, se você não se humilhasse tanto nada disto estaria acontecendo!
Que tal colocar um ponto final nesta dor? A escolha é sua

segunda-feira, 22 de outubro de 2007


Os repolhinhosQuem nunca levou um fora na vida? Um toco? Um bloqueio triplo da Rússia? E, ainda assim, continuou insistindo em conquistar a outra pessoa, mesmo que todas as informações e sinais recebidos tivessem deixado bem claro que, não, meu amigo, você não vai conseguir nada? Isso é normal e saudável, até certo ponto. É tomando na bunda que se aprende a deixar de ser mané, certo? Nem sempre.Há situações pelas quais todos nós já passamos um dia (e ainda vivemos e viveremos) em que tomar um fora, um chega para lá e insistir no erro é apenas o primeiro passo de um longo e tenebroso processo de destruição da auto-estima. É quando viramos “repolhinhos (as)”. Tem o outro lado também: quando estamos por cima da carne seca, criamos “repolhinhos (as)”. Somos os “regadores” ou “repolhadores”. Não entendeu? Fácil explicar. A história é comprida, mas vou tentar resumi-la aqui.Quando você tem uma hortinha, tem ali um repolhinho, que você rega toda semana, para não deixá-lo morrer. Ao mesmo tempo, o tal repolhinho é uma parada que não vai te saciar, que vai apenas servir para você passar o tempo e comer enquanto a refeição principal não chega. Por isso mesmo, você não pode perder todo o seu tempo adubando esse repolho para deixá-lo crescer. Tem que dar uma mijadinha básica nele ou tacar um pouco de estrume apenas o suficiente para não deixá-lo morrer. Assim, o pobre diabo agoniza em vida, mas fica ali, sempre dando as caras na sua horta.Na vida real é assim também. Em qualquer relação amorosa desequilibrada, a gente tem repolhinhos e é repolhado. O repolhinho é aquela pessoa que se pegou contigo algumas vezes e, coitada, caiu na besteira de gostar mais de você do que você dele (a). O problema é que você vai brincando de dar uns amassos na pessoa, evolui um pouco o nível de sacanagem, a pegação esquenta e, de repente, você se dá conta de que, apesar de estar na maior curtição descomprometida, tem um ser humano ali do outro lado, com sentimentos, emoções e coração, que está perdidamente apaixonado por você. E é aí que mora o perigo. Assim como o repolho da horta supra-citada, o seu “repolhinho (a)” real não vai crescer nunca, mas é bom pro seu ego e pra sua saúde que ele fique ali, sempre à postos. E, invariavelmente, o pobre do repolho se fode até o pescoço nesse tipo de relação. O repolhinho humano, por assim dizer, tem duas características bem típicas:1) Ele (a) está sempre disponível para quando você (o repolhador, o cara “mau”) quiser. Tipo assim, ele tem aniversário do pai, casamento do irmão e formatura da melhor amiga no mesmo dia e você liga, bêbado às 2h da manhã de uma sexta pro celular do simpático vegetal folhoso e pergunta: “Tá fazendo alguma coisa? Vem aqui pra casa para a gente ver um filme e comer uma pizzazinha”. O repolho, na condição de refeição sempre a postos, não titubeia e, esquecendo-se do mundo que o cerca, responde: “Não, não tenho nada demais pra fazer hoje não. Tô indo aí já”. E aí, o repolho “fode” (com o perdão da palavra, mas não tem outra mais apropriada) a noite inteira e acorda com uma sensação de ressaca moral no outro dia. Se sente um (a) merda, usado, manipulado. Mas nada disso faz diferença. A essa alturado campeonato, o pobre repolho já está coberto de folhas até o pescoço. Não conseguirá tão cedo sair de tal condição. Uma semana depois, o repolho vai estar fazendo a mesma coisa, cometendo os mesmos erros. Sempre a postos!!!2) O repolhinho mantém uma vã ilusão de que vá um dia ser içado à condição de prato principal na refeição do regador. Isso não acontece em 99,99% dos casos, é fato. É uma situação patética, porque, coitado, o repolho não se esquece de que, assim que começar a ganhar vida, o “repolhador” vai parar de regá-lo e o jogará para escanteio. E essa esperança mínima, contudo, é a força-motriz que coloca o pobre repolhinho de volta ao item 1: ele está sempre disponível.O pior de tudo isso é que, mesmo sabendo desse triste fim dos repolhinhos, todos nós incorremos ou incorreremos no erro de repolhar e ser repolhado muitas vezes na vida.Resta saber acabar com a história antes de apodrecer. E procurar outra horta pra morar.OBS: A história, o conceito e todo o universo “Repolhinho” foram criados e propagados pelo jornalista Adriano Ceolin, sem dúvida um dos maiores repolhinhos e repolhadores da humanidade.

sábado, 6 de outubro de 2007


O fim
Partir é inevitável.
Um dia abandonaremos o conhecido, seja impulsionados por insatisfação, necessidade ou desejo. Em algum momento chegará o fim da inocência escolar, da proteção da casa dos pais, do conforto de um abraço, do calor de um beijo, de um casamento falido, do emprego insatisfatório, da vida. Querendo ou não, partiremos. É a única certeza verdadeira. A grande certeza.
Partir é essencial. Por mais que tenhamos consciência do que, de quem, nos cerca, os fatos, detalhes ínfimos e tão importantes, pessoas, lugares, cheiros, músicas, só se tornam especiais ao virarem história; a velha mania tão humana de valorizar apenas o perdido. Ou o vivido.
Partir é a coragem de abandonar o mapeado e rumar para o incógnito, sem trilha marcada nem estrada pavimentada. É curtir o nó no estômago diante no novo, essa paisagem tão bela e pouco apreciada.
Partir nos faz mais fortes, curiosos, atentos. Atiça os sentidos. Ficamos menos dependentes e nos livramos dos grilhões (para alguns, confortadores) do familiar. Partir causa movimento porque, assim como água parada apodrece, nós corremos o risco de virar rascunhos de nós mesmos ao acostumar com a estagnação. Nada é mais perigoso do que ficarmos satisfeitos com o medíocre.
Partir pode doer para quem fica, mas não mata. Ao contrário, cria infinitas e novas possibilidades de histórias a serem desenhadas com quaisquer cores (ou ausência delas para os mais melancólicos) numa folha em branco. Num futuro todo. Numa existência plena.
Viva cada história até o último detalhe, tome até a última gota de todos seus momentos porque não há nada mais reles do que abandonar a vida por covardia, esconder-se dela detrás de falsos motivos. Não há nada mais deprimente do que alguém que finge partir quando, na verdade, está fugindo. Furtar-se a viver plenamente com toda a dor, alegria, tristeza, desamores e paixões é o mesmo que não ter nascido.
Mas vá, se sentir que precisa ir. Vá, se o que o move é impossível de domar. Não deixe o medo paralisá-lo. Ignore os que não entendem, criticam, alertam, amedrontam porque esses, enquanto você segue seu faro, escrutina o desconhecido, permanecerão no mesmíssimo lugar. Criarão musgo, não sairão do decadente quarteirão da resignação—e isso sim é assustador.
Por isso tudo, estou indo.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Eu odeio spam

Definição perfeita de SPAM

1. Você vê uma mulher numa festa. Você vai até ela e diz:“Eu sou Foda.”Isto é Marketing Direto.2. Você está numa festa com um grupo de amigos e vê uma mulher. Um de seus amigos vai até ela e, apontando para você, ele diz:“Ele é Foda!”Isto é Publicidade.3. Você vê uma mulher numa festa. Você vai até ela e consegue o seu telefone. Você liga no dia seguinte e diz:“Oi! Eu sou Foda!”Isto é Telemarketing.4. Você vê uma mulher numa festa. Você se levanta,ajeita o cabelo, vai até ela e diz:“Com licença.”E ajeita a alcinha do vestido dela, roçando de leve no seu braço e conclui:“A propósito, eu sou Foda.”Isto é Relações Públicas.5. Você está numa festa. Uma mulher se aproxima de você e diz:“Me disseram que você é Foda.”Isto é Reconhecimento de Marca.6. Você está numa festa e vê uma mulher. Você a convence a ir para casa com seu melhor amigo.Isto é Representação de Vendas.7. Seu amigo não a satisfaz e ela liga para você, reclamando.Isto é Suporte Técnico.8. Você está indo a uma festa. No caminho se dá conta que poderia haver um monte de mulheres em cada uma das casas pelas quais você está passando. Você sai do carro e do meio da rua grita bem alto:“EU SOU FODA !”Isto é SPAM…

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

A pergunta inevitável


O que dizer quando o encanto acaba?
A paixão nos contamina com uma incurável visão seletiva e nos torna patéticos e miseravelmente felizes. Mas, como toda doença, um dia acaba. Ou mata.
Ao acordarmos entre os sobreviventes, nos rastejamos pela autocomiseração rumo à saída (desconhecida) e, talvez, alguma alegria - que, quando vem, insiste em ser tão sutil como o gosto de uma alface. Cansados, só conseguimos mais motivos para persistir no flagelo e lastimar a súbita ruína da felicidade eterna.
Contrariando o fim do mundo pessoal, e sem notarmos, o tempo vai deixando essas sensações mais e mais dispersas.
E, num dia qualquer, desaparecem.
Ficamos curados.
Tocamos a vida, rimos do que passamos e prometemos não mais nos apaixonar. A promessa não é cumprida, e a sensação de ser atropelado por um Scania se repete até que tenhamos o domínio sobre nossas expectativas ou que alguém faça o favor de nos dizer para deixarmos de lado a crença infantilóide de que a felicidade será entregue na porta de nossa casa por alguém lindo, inteligente, bem-humorado e charmoso - ele(a) nunca virá porque não existe.
Numa noite ou dia qualquer, surgido do nada, no meio da rua, no elevador, reencontramos sem querer (e com algum sobressalto) quem nos causou o inesquecível desprazer. E, pela primeira vez, sentimos um desapontamento, meio inexplicável, mas bem nítido. Durante os cinco segundos que nos separam do cumprimento, uma tonelada de sensações chegam juntas e misturadas. Até que, de repente, olhamos para alguém muito diferente de quem nos encantou. Um completo estranho. Pela primeira vez, enxergamos essa pessoa despida da perfeição com a qual a envolvemos. Despida das nossas quase arquetípicas aspirações românticas.
Então o que era quase divino se torna frustrantemente humano. E aí, com mal-estar e um tanto de rejeição à idéia, compreendemos que a paixão é o mais narcisista dos sentimentos: nos apaixonamos pelo que queríamos que alguém tivesse, fosse, agisse, pensasse. Nos arrebatamos por nossos sonhos projetados sobre outra pessoa - e nada pode ser mais humilhante que descobrir nossa própria fraude (a não ser perceber que tudo poderia ter sido diferente se fôssemos menos egocêntricos).
Não sabemos como agir. É muito repentina a mudança de visão e a reação adequada ainda não se formulou. Vendo a pessoa se aproximar, ao mesmo tempo que tentamos descobrir o que fazer, notamos pequenos detalhes até então invisíveis: o sorriso insistente, a sobrancelha direita ligeiramente mais baixa que a esquerda. Os sapatos velhos que odiávamos mas habitavam no setor "excentricidades" agora mudam-se pro "relaxo". E vem o abraço. Já não é tão forte. Já não é tão macio. É um abraço de festa, impessoal. Nos vem uma certa aflição com o toque daquele corpo que já não reflete nosso desejo.
Onde foram parar o brilho, a beleza tão particular, a presença envolvente?
Eles estão onde sempre estiveram, só que agora esperam um novo corpo pra elegerem como abrigo. Ou um enterro oficial.
Então, passados os poucos segundos do contato, olhamos, sorrimos e lançamos um "Oi!", a única coisa que nos vem à mente. Mas o que pensamos sinceramente, porém nunca será dito, é: "Como eu pude?"
Correndo atrás do rabo
Procurar a felicidade eterna é a melhor maneira de ser infeliz.
Não temos obrigação de ser felizes nem fomos colocados no mundo para alegrar os outros.Nascemos para ser nós mesmos - a tarefa mais difícil de todas.
Nos privamos do direito à tristeza. Ao menor sinal de sua presença, nos entupimos de antidepressivos, como se momentos de introspecção fossem doença e o padrão normal fosse vivermos imersos numa comédia romântica infindável. Pior: fosse essa capacidade a medida de nosso êxito. Mas o êxito só pode ser medido pela aptidão de abraçar nossas idiossincrasias, de lidar com o que não gostamos ou entendemos em nós - nosso maior êxito é ter coragem de assumir quem somos e deixar de imitar condutas incutidas e socialmente aceitáveis.
Homens choram, sim.
Mulheres, mesmo nos dias de hoje, podem ser meigas.
Estar sempre preparado para o ataque é tarefa de guepardos, não nossa.
Alegria incessante é função de apresentadores de TV.
Precisamos, com urgência, relaxar e aceitar que "Um dia de chuva é tão belo quanto um dia de sol/ Ambos existem; cada um como é" (Alberto Caeiro). Só assim respiraremos tranqüilos, sem nos sentirmos fracassados, diante de uma melancolia corriqueira. Para parar de ter medo do bicho-papão que mora embaixo da cama, é preciso olhar para debaixo dela: medos só perdem a força quando são firmemente encarados.
Cerceamos a vida de maneira letal ao exigir extrair prazer de tudo o que nos cerca: a comida deve ser orgásmica; o cinema, brilhante; o amor, estelar. Incutimos até num pedaço de bolo a obrigação de nos inundar de prazer. E essa busca demente da felicidade se torna demoníaca porque traz consigo a massacrante sensação de derrota - nada é capaz de nos suprir de alegria, por mais esforço que façamos, porque precisamos do desalento eventual para sermos completos. Só nos contos de fadas aparecerá o herói, a mítica figura salvadora, que decretará: "Todos serão felizes para sempre", e a dor sumirá. Na vida real, somos completamente responsáveis pelo que fazemos conosco, ninguém executará a tarefa por nós.
Não conseguimos - por mais que acumulemos itens, pessoas, realizações e prêmios - sorrisos perenes e autênticos. E nos sentimos (às vezes, vagamente; outras, arrasadoramente) perdedores, fracos, largados. E então exigimos a felicidade. Clamamos por ela. Nos entorpecemos tencionando atingir o êxtase perfeito. Bebemos. Cheiramos. Usamos tudo o que possa alterar nosso ânimo, que ofereça uma breve promessa do paraíso, dilua a angústia. Qualquer coisa que nos deixe felizes até o dia seguinte, de onde recomeçaremos o ciclo, ignorando os motivos desse vazio incômodo que clama para que vejamos a nós mesmos.
A alegria não virá dentro das sacolas de compras, no porta-luvas do carrão novo, nas coxas durinhas da conquista da semana: essas coisas são nossa dose diária (e até necessária) de anestesia que adia encararmos o fato mais banal e amedrontador da vida: não existe bálsamo milagroso para nossa solidão intrínseca, e ela faz parte de nós tanto quanto a vontade de rir solarmente - ignorá-la é fechar a porta para tudo o que ela pode ensinar.
Ignorá-la é enterrar metade de você.
Alin Aleixo